
A professora e escritora Bárbara Carine, doutora pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e vencedora do Prêmio Jabuti 2024 com o livro “Como ser um educador antirracista”, foi destaque com a palestra “Formação de Educadores Antirracistas: Desafios e Possibilidades na Transformação Escolar”. Durante sua apresentação, Bárbara explorou temas como racismo estrutural, racismo científico e branquitude, além de defender a inclusão de narrativas negras e indígenas no currículo escolar ampliando a visão eurocêntrica predominante.
Segundo Bárbara, "ou a educação é antirracista, ou ela não é educação", enfatizando a necessidade de formar professores preparados para abordar o tema do racismo de forma ativa e transformadora. A autora defendeu as políticas de cotas como uma reparação histórica imediata, destacando que essa medida não deve ser vista como oposta a iniciativas de médio e longo prazo, como a melhoria da qualidade da escola pública.
A palestrante também fez uma crítica contundente ao racismo científico, que, ao longo da história, reforçou a associação de pessoas negras ao crime e a estigmas negativos, além de contribuir para a construção do racismo estrutural.

Outro ponto abordado foi a questão da branquitude e do privilégio branco, aspectos que precisam ser discutidos e compreendidos no ambiente escolar. Bárbara argumentou que, para formar educadores antirracistas, é fundamental que os professores introduzam no currículo escolar as potencialidades negras e indígenas, muitas vezes invisibilizadas ou folclorizadas.
Ela destacou que a educação eurocêntrica, predominante nas escolas brasileiras, limita a visão de mundo dos estudantes ao priorizar filósofos e pensadores brancos, enquanto relegam os negros a papéis subalternos ou estereotipados. A palestrante defendeu a inclusão de conteúdos que celebrem a cultura africana, os impérios e pensadores negros e indígenas, criando identificação e autoestima nas crianças negras.
Bárbara finalizou sua fala ressaltando que a mudança na noção de humanidade começa na educação infantil, por meio de práticas pedagógicas que valorizem e potencializem todas as culturas. Para ela, uma escola verdadeiramente transformadora deve celebrar todas as potências, não apenas a branca, promovendo uma sociedade mais igualitária e justa.
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