
A importância do aprendizado contínuo foi tema de discussão do Seminário Crescendo Juntos. Conduzida pela professora Jussara Hoffmann, Mestra na Linha de Pesquisa Avaliação Educacional, a palestra abordou conceitos de avaliação e aprendizagem que defendem uma perspectiva que prioriza uma educação inclusiva e um acompanhamento mais individualizado ao longo do processo educacional no processo da educação básica.
Jussara destacou que avaliação e aprendizagem são processos indissociáveis e que a forma como os professores avaliam os alunos precisa ser revista. “O professor pode saber ensinar, mas ele sabe como o aluno aprende?”, provocou a palestrante.
A reflexão aponta para a necessidade de professores entenderem melhor as particularidades de seus alunos, ajustando suas práticas pedagógicas para atender os diferentes ritmos e modos de aprender.
Para a pesquisadora, é fundamental que a avaliação seja norteada por uma intenção educativa. Jussara reforça que o processo deve considerar aspectos motores, físicos e intelectuais, indo além de conceitos restritos de aprendizado. “Avaliar ainda é sinônimo de julgar, e nós somos o país que mais reprova em educação básica. Os conceitos de avaliar precisam se ampliar tanto quanto os de aprendizado”, afirmou.

Outro ponto levantado foi a limitação do ensino instrucionista, que, de acordo com Jussara, não amplia a visão de mundo das crianças. A prática da avaliação classificatória, baseada em comparações e competitividade, também foi criticada. Em vez disso, a pesquisadora defende um modelo mais colaborativo, onde o foco esteja no progresso individual e no estímulo ao potencial de cada aluno.
A professora reforçou a importância de um acompanhamento consistente ao longo de todo o processo educacional, com atenção às necessidades específicas de cada estudante. “Cada aluno tem suas individualidades. Precisamos trazer suas dúvidas e questões para serem resolvidas, oferecendo um apoio pedagógico que respeite essas particularidades”, explicou.
Jussara concluiu sua fala destacando a importância de os profissionais da educação discutirem os fundamentos da avaliação e do aprendizado. “Se não discutirmos com os docentes qual é a concepção de avaliação que estamos usando, continuaremos perpetuando um sistema que reprova, mas não educa.” A pesquisadora defende uma formação continuada que ajude os educadores a transformar suas práticas em prol de uma educação mais humanizada.
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